Videolocadora - A Queda!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

 


Você já deve ter ouvido falar desse filme. Se não ouviu, deveria. A Queda! retrata os últimos dias de vida de Hitler e mais do que isso, nos mostra como as coisas funcionavam na corte nazista. A começar pela famosa saudação, todos cumprimentavam o Führer (imperador) com o maldito "Hail Hitler!" com as mãos erguidas. A impressão que se tem é de regressão ao século XVIII e da adoração ao rei. A questão central dos últimos dias de Hitler é sua permanência ou fuga de Berlim, que está cercada e sob ataque do exército russo. Mesmo com a guerra perdida, a toda hora novas estratégias e operações são traçados por Hitler, que abomina a idéia de se render.

O filme é em parte protagonizado pela última secretária de Hitler, Traudl Junge, mas não é essa a impressão que se tem depois que ele termina. O protagonista aqui é o ditador. A secretária de Hitler serve mais para ilustrar como se sentia boa parte dos alemães médios em relação à loucura do Holocausto e aos ideais nazistas. Depois do filme, a Sra. Junge real dá um depoimento no qual afirma que na época desconhecia que tantos judeus foram mortos e que foi atraída pela curiosidade a trabalhar para Hitler.

O ator Bruno Ganz faz o papel de Hitler, e não há outras palavra para descrever: está perfeito. Incrivelmente natural, Bruno dá vida plena a todos os aspectos do ditador. Umas das coisas que me passou pela cabeça, a respeito da impressão que fica de Hitler, é que por incrível pareça, ele é bastante infantil. A cada cena em que um general comunica o avanço das tropas russas, Hitler expressa sua raiva como uma criançona. É essa a impressão em todos os momentos em que ele se encontra contrariado. É difícil entender como tanta gente entrou na dele.

Ainda a respeito da atuação de Bruno, ele consegue mudar seu rosto de maneira impressionante. Em alguns momentos, Hitler não passa de um velho cansado e doente e quando está com raiva parece um moleque a espernear (a cena em que ele manda um subalterno chamar um general é prova disso). Vemos Hitler escolhendo sua secretária, condecorando soldados, segurando crianças e agradecendo cozinheiras, e isso é a "humanização" que tantos críticos dizem. Mas Hitler é isso aí, um humano, não dá pra ser o demônio 24h por dia.

Outro aspecto importante é a idéia que Hitler faz do povo. Nada de "o que vocês são, o são através de mim, e o que eu sou, sou através de vocês", como ele já disse antes. Quando o calo apertou, Hitler (e outros militares) desdenhava do povo dizendo que "eles estão sendo castigados pelo que escolheram". Se a Alemanha estava destruída a culpa era, adivinhe? Do povo. Não é de se admirar um pensamento desses, quando pais nazistas vendo que o "Nacional Socialismo" ia cair, não pensam duas vezes antes de matarem seus próprios ... (cole seu pensamento aqui).

A Queda! Serve para principalmente conhecer a alta cúpula do governo nazista e ver de perto Hitler. Um filme que em momento nenhum toma partido dos ideais nazistas apesar de o foco estar o tempo todo no mundo que girava em torno de Hitler.

Escrito por: Pedro Carlos Leite

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