Seu José

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

 

Seu José era um senhor pacato que vivia em uma casa azul, na rua dos pássaros, em uma cidadezinha minúscula do interior de São Paulo.
Sempre foi um homem muito bom, sempre disposto a ajudar a todos que necessitassem. Sua maior alegria era presentear as crianças da rua com doces e brinquedos no dia de São Cosme e Damião.
Apesar de parecer muito alegre, seu José era muito solitário e nenhum dos vizinhos nunca havia visto ou conhecido algum parente seu. Os únicos que freqüentavam sua casa eram alguns poucos amigos da época do trabalho como ferroviário. Eles também eram os únicos que sabiam sua verdadeira história.
Seu José saiu de sua cidade natal no sertão da Bahia e veio para São Paulo à procura de um emprego digno a mais de 35 anos. Quando chegou aqui conseguiu emprego como ajudante em uma empresa de transporte ferroviário.
Todas as semanas ele escrevia longas cartas para a família que ficou na Bahia. Seu José deixou por lá sua esposa, e duas filhas. Ele sempre chorava de saudades quando lia a resposta de suas cartas, dizendo que a família precisava de dinheiro. E mesmo ganhando uma miséria, todo mês ele mandava mais da metade do salário para eles.
Um dia suas cartas começaram a voltar, e seu José se desesperou. O que será que havia acontecido?
Juntando o pouco dinheiro que tinha ele partiu para a Bahia preocupado e muito triste. Pobre José descobriu que a casa em moravam sua esposa e filhas havia sido queimada em um incêndio e ninguém sabia o paradeiro de sua Família.
Desolado José voltou para São Paulo e continuou sua vida, tentou de tudo para encontrá-los, mas foi tudo em vão. Certa vez em um esforço sobre humano, juntou muito dinheiro para contratar um detetive, mas foi em vão.
E desde então seu José vive solitário na sua casa azul na rua dos pássaros. Mas isso mudou hoje de manhã, quando o carteiro trouxe uma carta para ele. Escrita por uma tal Jucilene.
Quando recebeu a carta José nem pode acreditar, era sua filha. Na carta ela dizia que sua mãe havia morrido no incêndio e ela e sua irmã mais nova vieram para São Paulo à procura do pai. Dizia também que havia sofrido muito, mas que agora a vida estava melhor, ela se casou com um bom homem e tivera dois filhos, o mais novo chama-se José.
E por uma dessas coincidências que só vida sabe criar, morava a 15 anos na cidade vizinha.
Nesse momento seu José espera sentado no banco da rodoviária, pelo ônibus que vai levá-lo ao encontro do seu passado e pensa que agora vai poder dar doces e brinquedos para os seus netos todos os dias do ano.

3 comentários:

debby disse...

O texto é muito bom!Existem uns errinhos de português,mas eles,não tiram o brilho do texto.
É um texto que mostra a realidade,que vivem muitos brasileiros e que a felicidade existe...
Você enfoca o sofrimento,sem ser catastrófico e a felicidade sem ser piegas.Muito Bom!!
Precisamos de mais textos assim,não que situações difíceis de enfrentarmos não existam,mas porque nos faz bem,saber que no coração do ser humano, existe esperança!

Marcos disse...

Fala Marcelo, muito bom o texto espero que tenha continuaçao.
Eu te adicionei la no meu blog tambem, depois dê uma passada lá,
Abraço.

Paulo Baldacim disse...

Nossa Professor!!!
Mtu Bom!!!
li akele post ali em cima q tava dizendu d erros de português...
Sinceramente, o texto eh taum bom q nem percebi!!!
Continua assim cara!
Tu vai longe!!